DESINFORMAÇÃO OU PRECONCEITO: AS DIFERENÇAS ENTRE O IMAGINÁRIO DISCENTE E A REALIDADE DO PACIENTE HIV-POSITIVO.

Natália Santos Sanches

Resumo


Desde que a infecção pelo vírus HIV se disseminou pelo mundo e pelo imaginário dos profissionais de saúde, criou-se um estereótipo de paciente HIV-positivo que apenas prejudica o atendimento dos pacientes reais. O presente estudo objetivou comparar a literatura utilizada nas aulas de graduação (bibliografia de Microbiologia Bucal) com questionários aplicados anualmente, ao longo de 26 anos, aos alunos e docentes de primeiro e/ou segundo anos de graduação e com entrevistas com os dentistas do serviço municipal de Araçatuba que atendem a pacientes HIV-positivos, abordando o tema das manifestações da infecção pelo HIV e suas implicações odontológicas. Verificou-se que as diferenças entre o imaginário e a realidade são abissais: o paciente real é de meia idade, ou seja, não jovem, com igual distribuição de gêneros, sem lesões visíveis no exame clínico, com exceção das periodontites crônicas. Esses pacientes têm baixa viremia e necessidades de tratamento semelhantes aos HIV-negativos. Outras condições, como a candidose pseudomembranosa, cárie cervical extensa e histórico de necrose gengival são bastante associadas a pacientes com dependência química e HIV. Esses dados também não são encontrados nos livros de graduação, mostrando que apenas artigos de científicos detectaram essas modificações de perfil do paciente. O estudo concluiu que a imagem real do paciente HIV-positivo está impregnada do estereótipo da década de 1980, prejudicando o planejamento do tratamento, com maiores necessidades de odontologia restauradora do que a eliminação de focos de infecção.


Texto completo: PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Visite também o site da FIC - www.ficms.com.br