Violência obstétrica invisibilidade e enfrentamento psicológico

ISABELA RAMOS DA SILVA

Resumo


Compreende-se Violência Obstétrica qualquer ato exercido por profissionais da saúde que violem os direitos reprodutivos e sexuais de mulheres em processo de gestação, parturição e puerpério. Objetivou-se identificar o reconhecimento das mulheres usuárias da rede pública nos âmbitos de saúde e assistência social sobre o tema no município de Birigui/SP, associado a estimativa de contato dos profissionais de psicologia no mesmo contexto municipal. Estudo descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa e quantitativa, com amostragem aleatória simples de 24 participantes enquanto gestantes, puérperas e genitoras de filhos até dois anos, e 8 profissionais de psicologia atuantes na rede municipal. As entrevistas com as mulheres apontaram que 50% não reconhece a violência obstétrica sofrida, mas relatam práticas abusivas intervencionistas e algum tipo de atenção desumanizada como 37,5 % das puérperas esteve em  jejum, além disso, 83%  da amostra total revela não possuir plano de parto, documento regulamentado pela OMS que garante a preservação dos direitos e protagonismo das mulheres. 64% das puérperas escolheram a via natural de parto, contudo 36% foram submetidas à cirurgia cesariana. Além disso, 1% da população profissional da região já teve contato com uma vítima de violência obstétrica. Conclui-se a necessidade de se produzir referências científicas sob o olhar da psicologia na investigação e no enfrentamento da violência obstétrica, promovendo o empoderamento feminino sob direitos humanos, políticas públicas, e a preservação da subjetividade da mulher.


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